Será que desaprendi a escrever? Não é uma pergunta. É mais um desabafo que uma pergunta. É mais uma tentativa de desvendar um mistério do que uma simples pergunta.
Não sei quando parei de escrever. Não sei quando fui perdendo algo que me faça conectar o que está na mente e, passando pelos dedos, pelas mãos, chegar ao papel ou à tela do computador.
Sinto que me perdi de mim, como uma arvore sendo podada em excessos. Há a poda necessária. Mas sinto que, como uma árvore, fui sendo podada a tal ponto a não dar mais frutos e, quiçá, nem mesmo as flores.
As flores foram sendo arrancadas de mim de tal maneira que eu já nem sinto se já floresci um dia...
Preciso desvendar esse mistério. Quem ou o quê me roubou de mim? Quem arrancou minhas flores, jogou pedras nos meus frutos? Não sei. Não sei nem se preciso mesmo desvendar essa questão, talvez não haja tempo.
Melhor é me cuidar, me regar, me dar sol, me replantar.
Eu quero florescer de novo. Escrever de novo. Amar de novo as palavras que saem de mim e colocar pra fora, sem medo de julgamentos, tudo o que me atormenta, agonia e alegra. Tudo que me gera frutos.
Preciso me cercar do que me inspira, do que me alimenta, de gente que me seja adubo, lugares que me acomodem a alma e o espírito da melhor forma possível, e de arte que me seja fertilizante.
Preciso me re-transformar para reflorescer.
13/02/2024
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